Tava atualizando o MySpace agora a pouco e achei essa postagem lá:
Li esse texto em 2001 e achei bem pertinente... De lá pra cá, trabalhei com o Carlos Maltz (Fundador e 1º Baterista dos Engenheiros do Hawaii) por aí, veio o PrasBandas, meu filho e sobrinhos montaram e sairam da toca com banda, a Pati foi pra europa e voltou dizendo que lá os caras fazem som na rua e o Rufatto foi pra esquina das Marechais com seu violão fazer barulho. Seis anos se passaram, e com a net desmembrando o monopólio das gravadoras, a parte do arregaçar as mangas e ir pro palco continua de pé. Leiam... Inclusive, confesso: esse texto foi fundamental e inspirador pra nascer o PrasBandas! :)
Getulio Guerra
Trabalho de Formiguinha
Tenho conversado muito com as bandas que tão começando e pude perceber uma preocupação comum: a gravadora! Não podemos nos esquecer que as gravadoras são empresas que visam o lucro em seus investimentos. Seu compromisso é com o capital e as vendas. Já o artista, no outro lado da balança, tem seu comprometimento estabelecido com a arte e com seu público. O consumidor é a peça-chave nesse relacionamento artista/gravadora e arte/produto.Um grande erro de quem começa um carreira artística é achar que a gravadora é uma ponte para o público e o sucesso. Diversas são as estratégicas adotadas no início da carreira artística para formar e atingir um público. Umas fórmulas mais dispendiosas que outras, outras mais lentas, outras, meteóricas. Mas a meu ver a estratégia campeã é colocar a cara na rua. É fazer show. A platéia é o maior bem que um artista pode sonhar. O aplauso, um momento de êxtase. Portanto, desde o momento da criação da banda e do trabalho, o objetivo deveria ser conquistar o maior número possível de público. A começar com os amigos, vizinhos e parentes... E depois os amigos deles, e assim por diante. Esse é o momento que acontece a divulgação boca a boca, que faz verdadeiros milagres para um artista (parto do princípio de que a qualidade artística é um quesito essencial). Quando esse público se fizer notar pelo volume e pela influência, automaticamente surgirão propostas de várias gravadoras, e a posição de negociação do artista muda completamente. Mas existe também o cenário oposto. Não é de hoje que podemos perceber bandas biônicas, artistas formulados em reuniões de gravadoras, somados a grandes doses de marketing (entende-se: grana), tornam-se produtos de entretenimento que são empurrados goela abaixo dos consumidores pelas rádios e televisões. O objetivo desse tipo de proposta não é a música em si, ela vem em segundo plano. De qualquer forma, sempre recomendo algumas atitudes do tipo: gravar um ensaio em vez de gravar uma demo no estúdio e com a grana economizada produzir um show mais caprichado. Encontrar um empresário que realmente acredite no trabalho é 80% trabalho de formiga e apenas 20% de cigarra. Se energia e dinheiro são necessários para ser investidos, que sejam concentrados na criação e na relação com o público através dos shows. E o resto? O resto é consequência...
Por Antonie Midani que é Produtor Musical e Engenheiro de Som
Revista da MTV Cinco - Ano 1 - Julho de 2001
Foto da vez: Anacrônica é uma banda que com certeza pega e aumenta o público pelos shows que fazem! Por que? Porque fazem isso com um tesão que é só deles :)
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