terça-feira, 26 de maio de 2009

Ele é pro outro!

Qual a origem do nome do projeto?
Pros cantos, pras bordas, pras bandas... O mapa da cidade no logotipo traz esse bairrismo que sugere periferia, limite de território de nossas intromissões sociais/artísticas.

Como funciona a escolha do bairro
que será usado pelo projeto?

Uma boa tríade: um bairro de periferia que tenha uma praça grande e uma comunidade com índice de pobreza elevado. Mesmo indo com a mostra pro Bairro Alto (foto), Campo Comprido, Pinheirinho e outros bairros, as oficinas continuarão se aprofundando na Escola Maria Marli Piovezan no Uberaba pra ver se a gente aprende a fazer tudo isso cada vez mais pro outro.

Alguma banda começou no projeto e hoje tem sucesso?
O que é sucesso em tempos que no rádio só tem porcarias sentimentalóides? Nos anos 80 estar no auge era legal: Ultraje a Rigor, Ira!, Camisa de Vênus, Legião Urbana, Engenheiros do Hawaii... Bandas com personalidade própria, tinham identidade. Hoje é tudo igual, do modo de cantar ao se vestir. Um faz, chama a atenção e surge um monte de maria-vai-com-as-outras atrás. É outra proporção artistas de verdade viverem de música hoje em dia com a revolução da internet. O trabalho de caras como Poléxia, Charme Chulo (foto), Terminal Guadalupe, Mordida nos incentiva a mostrar pras bandas da periferia que nem só de fama vive a arte. Há vida além desse mundinho do entretenimento que a grande mídia prega como sucesso.

Qual a importância do projeto
para a produção cultural curitibana?

Nos importa intrometer nessas comunidades onde as chances de desenvolvimento intelectual são menores e a partir disso gerar discussão. Um ranço da utopia do comunismo (foto), mas é o que ainda nos emociona nessa capital metida a primeiro mundo. A produção cultural feita somente da elite para a burguesia até pode ter vida e alma, mas não nos interessa.

Como superar a falta de patrocínio?
Sem grana não se gera ações, mas ter claro um bom conceito e deixar transparente as intenções é tão importante quanto se planejar crescimento e abrangência. Se organizar e ir atrás de empresas que queiram investir em projetos que sociabilize a informação como o nosso, é sempre o próximo passo.

Como e por que o projeto foi idealizado?
Ele é pro outro! Cada vez mais se complica na direção do próximo e esse diferencial não passa batido. Por acaso ou sorte na equipe de produção não tem integrantes de bandas que possam vir a usar o projeto como vitrine. A vitrine sempre é para quem não conhecemos e com a intenção de potencializar no outro uma liberdade natural numa criatividade possível.


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A Renata Noronha Cóssio é estudante de Comunicação Institucional na UFTPR - Universidade Federal Tecnológica do Paraná e me pediu essa entrevista pra um jornal do curso essa semana.

2 comentários:

LoLo Dantas disse...

É... as vezes a realidade é tão grotesca, mas tudo feito com vontade e carinho tornam as coisas bem mais legais, bem mais belas ^^
É... vamo que vamo!

Unknown disse...

E por que não? Se se pode, se deve, né? Tá cheganuuuuuu adsuhadshuhuads